À medida que os resíduos plásticos proliferam pelo mundo inteiro, há uma questão essencial que permanece sem resposta: quais são os danos, se é que os há, provocados pelos microplásticos na saúde humana? Nos dias de hoje é possível encontrar microfibras de plástico para onde quer que olhemos, na nossa comida, na nossa água, no ar que respiramos, e até dentro de nós mesmos, sendo reportados casos da existência destes microplásticos dentro do nosso sangue e pulmões. No entanto, torna-se difícil avaliar as suas consequências, ao contrário dos casos em animais, já que os cientistas podem controlar a quantidade de plástico presente na dieta de alguns animais. Em testes laboratoriais os microplásticos já demonstraram que provocam danos nas células humanas, incluindo reações alérgicas e morte celular. Contudo, até agora, não houve um estudo epidemiológico a documentar num grande grupo de pessoas uma ligação entre a exposição a microplásticos e impactos na saúde. Os cientistas, porém, não estão completamente perdidos. Existe uma investigação abrangente sobre as toxinas encontradas nos plásticos, bem como sobre as doenças pulmonares, que matam milhões de pessoas todos os anos e têm sido associadas à exposição a outros poluentes. Se estas partículas tóxicas não forem expelidas, como por exemplo pela tosse, provocando uma série de sintomas secundários, desde a inflamação até ao cancro. No entanto, os cientistas não sabem se as partículas de plástico no pulmão iriam atingir o nível e a exposição necessárias para atravessar o limiar do dano. Como existem tantas incertezas, não podemos fazer nada mais do que ser cautelosos.
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